Na maior parte dos municípios cearenses, a disputa pelas prefeituras é marcada por um embate direto - e acalorado - entre dois postulantes: situação e oposição, com alguns casos nos quais há uma terceira via integrando a disputa. No entanto, em certos municípios do Ceará, ocorre um acúmulo de nomes, que chegam a somar quatro, cinco, sete e até nove pré-candidaturas a uma única vaga no Executivo.
O POVO coletou seis municípios no Ceará, nos quais há ao menos quatro postulantes à Prefeitura Municipal. O maior número está na capital Fortaleza, que, até o momento, contém nove pré-candidaturas lançadas.
A seguir, em número de pré-candidaturas, há a disputa em Iguatu, que soma sete nomes; Sobral, com seis; Caucaia soma cinco; e, por fim, Maracanaú e Juazeiro do Norte integram a lista com quatro pré-candidatos cada um.
Cinco dos seis municípios contêm mais de 100 mil habitantes, sendo eles, por ordem de população: Fortaleza, Caucaia, Juazeiro do Norte, Maracanaú e Sobral. A única exceção é Iguatu, que tem 98.064 habitantes, segundo o Censo de 2022, do IBGE, e mesmo assim está em segundo lugar na lista com o maior número de postulantes.
O número, vale lembrar, não é imutável. Em Juazeiro do Norte, por exemplo, foram retiradas as pré-candidaturas de Davi de Raimundão (MDB) e do atual vice-prefeito Giovanni Sampaio (PSB) para apoiar o candidato petista, Fernando Santana.
A movimentação, neste caso, ocorreu após a definição de que a cidade não estaria apta a ter segundo turno, por não ter atingido o montante de 200 mil eleitores. Das cidades citadas, apenas Fortaleza e Caucaia têm a possibilidade de um segundo turno.
Além do apoio a pré-candidaturas de outros partidos, muitos lançam pré-candidaturas para ficarem à disposição da escolha da sigla ou da federação. Ocasião assim ocorreu em Fortaleza, quando cinco políticos disputaram a pré-candidatura do PT, caso no qual a escolha de apenas um nome era obrigatória, já que todos integravam o mesmo partido.
Em Barbalha, o ex-prefeito do município, Argemiro Sampaio (União Brasil), chegou a dizer que nove filiados ao PSDB ou ao União Brasil disputavam a chapa de oposição apoiada por ele e pelo também ex-prefeito Rommel Feijó. Assim, desde o princípio, sabia-se que as nove pré-candidaturas não se sustentariam. O nome escolhido acabou sendo o de Antônio Neto (PSDB).
A tendência, portanto, foi de afunilamento e seguirá sendo. No próximo dia 20, inicia-se o período de convenções partidárias, nas quais os partidos oficializam formações de chapa e coligação. Após o período, os nomes deixam de ser pré-candidatos e passam a ser oficialmente candidatos.
Os nomes colocados na popularmente chamada "pré-campanha" podem mudar até a realização da convenção partidária. As legendas têm até 15 de agosto para solicitar o registro das candidaturas à Justiça Eleitoral. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o evento pode ser realizado de forma presencial, virtual ou híbrida.
Fortaleza: nove pré-candidaturas
O cenário de Fortaleza conta com oito postulantes, dentre eles o pré-candidato à reeleição, prefeito José Sarto (PDT). Os nomes da oposição incluem pré-candidatos à esquerda, como Evandro Leitão (PT), Técio Nunes (Psol), Zé Batista (PSTU) e Haroldo Neto (UP). Há também os postulantes mais à direita, como André Fernandes (PL), Capitão Wagner (União Brasil), Eduardo Girão (Novo). Mais ao centro, aparece o nome do deputado federal Célio Studart (PSD), que apesar de se apresentar como pré-candidato, ainda não teve o nome confirmado pelo próprio partido, que negocia o cargo de vice na chapa de Evandro Leitão.
Até o momento, todos sustentam a pré-candidatura, sem possibilidade de união. Nos nomes da direita, no entanto, houve uma sinalização de conversas sobre aliança por parte do pré-candidato Wagner com o deputado André Fernandes, o que foi negado por André pouco depois.
Iguatu: sete pré-candidaturas
Segundo maior município em número de pré-candidatos, Iguatu conta com sete nomes à Prefeitura. O prefeito está no segundo mandato, ou seja, não está apto à reeleição. Como nome da base, lançou Rafael Gadelha (PSD). Além dele, integram a disputa: Ilo Neto (PT), filho do ex-prefeito Agenor Neto; Sá Vilarouca (PSB), empresário; Roberto Filho (PSDB), filho do ex-prefeito de Iguatu Roberto Costa; Ronald Bezerra (União Brasil), presidente da Câmara dos Vereadores; Capitão Pedro Helder (PL), policial militar, e Augusto Correia (PMN).
Sobre alianças, o articulador da campanha de Sá Vilarouca, o deputado estadual iguatuense Marcos Sobreira (PDT), disse acreditar em uma união de partidos em oposição à pré-candidatura petista, de Ilo Neto (PT), e ao nome a ser indicado pelo atual prefeito, Ednaldo, agora estabelecido como o de Gadelha.
Sobral: 6 pré-candidaturas
O prefeito Ivo Gomes (PSB) definiu a ex-governadora Izolda Cela (PSB) como pré-candidata à sucessão. Além dela, concorrem o deputado estadual Dr. Oscar Rodrigues (União Brasil), o instrutor de tiro David Proarmas (PL), a pedagoga Edna Guerra (Novo), o ex-vereador Marco Prado (Cidadania) e Pedro Aurélio (Agir).
Caucaia - 5 pré-candidaturas
O prefeito de Caucaia, Vitor Valim (PSB) estava apto a reeleição, mas optou por não competir nas eleições deste ano. O gestor apoia a campanha de Waldemir Catanho (PT), ex-secretário de Articulação do Estado. Completam a lista o vice-prefeito rompido com Valim, Deuzinho Filho (União Brasil), a deputada estadual Emília Pessoa (PSDB), os ex-prefeitos Naumi Amorim (PSD) e Zé Gerardo Arruda (PDT).
Maracanaú: quatro pré-candidaturas
O prefeito Roberto Pessoa (União Brasil) tenta reeleição, mais uma vez, em Maracanaú. Seria o quarto mandato dele. Na oposição, há a pré-candidatura de Bruno da Madeireira (PSD), e dos deputados estaduais Dra. Silvana (PL) e Lucinildo Frota (União Brasil).
Segundo declarações Silvana em março, existem discussões para uma aliança política com Lucinildo Frota. Conforme o andamento na disputa, eles decidiriam quem seria o candidato a prefeito, enquanto o outro disputaria no posto de vice.
Juazeiro do norte: quatro pré-candidaturas
A cidade que nunca reelegeu prefeito, Juazeiro do Norte, conta com um gestor em campanha de reeleição: Glêdson Bezerra (Podemos). Como opositor, lançou-se o deputado estadual e ex-aliado de Glêdson, Fernando Santana (PT), que forma uma base de alianças contra o gestor. Ex-pré-candidatos como Davi de Raimundão (MDB) e Giovanni Sampaio (PSB) retiraram-se como cabeças de chapa para apoiar Santana. Além dos dois, há a pré-candidatura do presidente do Psol Juazeiro, Germano Lima (Psol) e da presidente do UP, Sued Carvalho.
Fonte: O Povo
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