O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira, 3, que a estatal está analisando se é necessário realizar um reajuste de preços ainda este ano, e afirmou que o mercado de petróleo vive hoje uma "tempestade perfeita" depois que a Rússia parou algumas refinarias e o diesel russo deixou de ser uma opção. Segundo ele, passado o inverno no hemisfério norte talvez seja possível que os preços retornem para níveis menores.
"Estamos agora alisando a possibilidade ou não de outro reajuste até o final do ano. O que temos de concreto é que a nossa política de preços está funcionando", afirmou após cerimônia de comemoração dos 70 anos da companhia.
Ele explicou que desde que mudou a política de preços da empresa, abandonando a paridade com a impostação (PPI), ocorreram inúmeras oscilações do Brent e também do diesel.
"O crack (spread) do diesel disparou, refinarias da Rússia pararam de funcionar , tivemos enxugamento do diesel russo, que estava chegando e fazia um certo colchão de amortecimento (de preço) também. Estamos no mercado com uma espécie de tempestade perfeita que a gente tem que administrar, saber quanto tempo vai durar e quanto tempo temos de colchão para aguentar essa volatilidade", explicou.
Segundo ele, a Petrobras avalia a necessidade de aumento e qual seria o porcentual e melhor momento. "Tempo e porcentual estão sendo decididos. Se for necessário faremos, e vamos ver quando podemos de novo, após o inverno do hemisfério norte, voltar ao patamar anterior", disse Prates.
Hoje, a Petrobras aumentou em 5,3% o querosene de aviação (QAV). Questionado porque seria necessário elevar o QAV e não os outros combustíveis, como gasolina e diesel, Prates explicou que o QAV é administrado por contratos e tem reajuste mensal. "São contratos específicos", informou.
O último reajuste da gasolina e do diesel pela Petrobras foi realizado em 16 de agosto, sendo uma alta de 25,8% para o diesel e 16,2% para a gasolina.
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