O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Nova Delhi, na Índia, no início da tarde desta sexta-feira (8/9) para participar, neste fim de semana, da cúpula de chefes de Estado do G20. O grupo geopolítico reúne as maiores economias do mundo, com mais de 80% do PIB global.
A cúpula deste ano acontece na Índia, país do chamado Sul Global, mas tem domínio político das nações ricas tradicionais, como Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido. As nações negociam uma declaração final e ainda debatem como vão tratar de temas como resposta às mudanças climáticas (os EUA querem um tom duro e resolutivo) e condenação à guerra da Ucrânia.
Resistente a condenar Moscou diretamente, a China fica mais isolada nesse debate. O presidente do país, Xi Jinping, nem viaja para a Índia. Com mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Haia, Vladimir Putin, presidente da Rússia, também não vai.
Já Lula espera que o Brasil possa ter relevância nas conversas como uma espécie de intermediário entre os blocos. O presidente brasileiro também pretende enfatizar pontos de sua agenda diplomática, como a pressão por mudanças na governança da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele quer aproveitar que, ao fim desta cúpula, o Brasil que ocupará a presidência giratória do G20 para fazer os membros debaterem pontos como o financiamento dos países do Sul Global para uma transição energética ecológica.
Veja os pontos que Lula deve enfatizar na cúpula do G20:
- Mudanças na governança global: Lula pressiona os países ricos por uma reforma no Conselho de Segurança da ONU para a inclusão de países do Sul Global, como Brasil, China, Índia e África do Sul. Quer ainda mais espaço para esses países em órgão como a Organização Mundial do Comércio (OMC).
- Combate à fome e desigualdade: Lula deve pedir mais cooperação global para combater a fome nos países mais pobres e para reduzir a desigualdade de renda entre as nações.
- Contenção das mudanças climáticas: Lula vem pedindo a Estados Unidos e Europa um plano financeiro para distribuir recursos de pelo menos US$ 100 bilhões para ano para países em desenvolvimento investirem em tecnologias menos poluentes na agropecuária e na produção de energia. O presidente brasileiro pede ainda incentivos para patrocinar o desenvolvimento sustentável das populações que vivem em florestas e outras áreas importantes para o equilíbrio climático.
- Participação: Ao assumir a presidência do G20, o Brasil vai tentar criar mais canais para que organizações das sociedades civis dos países membros participem dos debates entre os chefes de Estado, fazendo recomendações e pedidos.
Agenda do G20
Estão previstas duas sessões de debate no sábado (9/9) e uma reunião de encerramento no domingo (10/9), quando Lula receberá do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, a presidência do G20.
O mandato do Brasil vai vigorar por um ano, com mais de cem reuniões técnicas de 20 ministeriais, e terá como ponto alto uma cúpula de líderes do bloco em novembro de 2024, no Rio de Janeiro.
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