149 presos foram levados a delegacia e nove ficaram feridos durante rebelião em presídio na Grande Fortaleza. As informações são da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), após rebelião na Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva (UP-IV), a antiga CPPL IV, localizada em Itaitinga. Na vistoria, foram recolhidos também armas artesanais e outros artefatos perigosos.
Imagens das câmeras de monitoramento instaladas nos uniformes dos agentes penitenciários serão utilizadas para elucidar o caso, conforme os juízes da 2ª Vara de Execuções Penais (VEP), que visitaram a unidade na tarde desta quarta-feira (27) para uma vistoria.
Luciana Teixeira, titular da Vara, disse que ouviu de internos que o motim teria sido para protestar por causa do retorno do diretor do presídio. O vice-diretor, o chefe de segurança e disciplina, o gerente administrativo da unidade e um policial penal foram citados em diversos depoimentos como responsáveis por atos de tortura. Eles estavam afastados desde junho após denúncias de violência e maus-tratos contra internos.
Ao saberem do retorno do diretor, os internos bateram em grades e jogaram água sanitária em três policiais.
A SAP disse ainda, em nota, que os 149 encaminhados para a delegacia são presos faccionados e agrediram policiais penais da Unidade UP Itaitinga 4. Os nove que foram ao hospital tiveram ferimentos leves. A polícia penal se defendeu e precisou utilizar o uso medido da força, afirma.
"Por fim, a SAP reitera que não cederá espaço para as ações criminosas das facções, manterá as unidades do Estado seguras e seguirá no forte trabalho de ressocialização da população privada de liberdade, bem como o investimento e valorização da honrada polícia penal do Ceará", completa a nota.
Apesar da visita ter acontecido após os tumultos, os juízes afirmaram que a vistoria faz parte de uma rotina e que é feita mensalmente. Mesmo assim, Luciana disse que o cenário observado é diferente do que haviam visto nas últimas inspeções.
“Nossa posição enquanto poder judiciário é buscar esclarecer, apurar dentro do nosso limite de competência e adotar algumas medidas. O que nós ouvimos é que estava havendo novamente esses relatos (de maus tratos) e verificamos algumas pessoas com marcas de tiro de borracha, mas ainda não se sabe porque esses tiros foram disparados. Ouvimos a versão do interno. Precisamos saber, claro, porque o policial precisou atirar, se foi dentro do limite', disse a juíza Luciana Teixeira.
A Voz de Santa Quitéria
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